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terça-feira, 28 de junho de 2011

Quatro gerações e um mundo melhor

Temos mais de 1.400.000 pessoas com mais de 60 anos no município, e, de acordo com o SEADE , em 2020 serão mais de 2 milhões de pessoas maiores de 60 anos em São Paulo. As pessoas mais velhas constituem mais de 12% da população. Muita sabedoria e muita colaboração latente estão disponíveis dentro delas.

A população em geral ainda não se concientizou da mudança antropológica que a espécie humana está sofrendo, graças as novas descobertas científicas e técnicas e a educação: as pessoas poderão viver até 90 anos. As mulheres, por exemplo ficam avós e se ‘aposentam’ aos 60 quando estão ainda jovens e fortes e podem agora viver e atuar por mais 30 anos . Um terço de suas vidas. Os mais idosos não tem consciência de sua importância, porque ela não é enxergada pela sociedade. Quatro gerações estão agora na terra com direitos e deveres iguais.
As novas tecnologias de informação nos condenaram a nos tornar inteligentes, inventivos e transparentes, diz Michel Serres . Serres menciona também que isso é bom para as novas gerações, que dispõe dos registros de todo o conhecimento existente e não precisam ser repetitivas, como antes, apenas inteligentes para seguir adiante com o conhecimento existente.
Os mais velhos não podem se conformar em ficar estacionados na própria entropia , que aumenta a cada manhã. Não podem ficar repetindo para si mesmos conceitos antigos e alimentando as próprias inseguranças e medos.
Uma solução possível é êles se reinventararem e continuarem a participar da melhoria do mundo usando as tecnologias novas. Usar energia para crescer a cada dia e continuar sendo um agente de mudança.
A partir de uma certa idade todos temos medo de perder a memória.
A habilidade mental diminui com o tempo, se não for exercitada. Neurologistas tem provado que jogando video games de estratégia, como o “Space Fortess” ou“Rise of Nations” adultos mais velhos melhoram a inteligência e a flexibilidade cognitiva. Com um ano de treino um adulto de 70 anos fica com a capacidade intelectual de um de trinta.
A perda da capacidade intelectual compromete o aproveitamento do capital humano e social das pessoas com mais idade e elas se tornam rejeitos ambulantes da sociedade. Invisíveis. Feias. As estrias da pele, decorrentes de nossa vivência e sabedoria, segundo Serres , agora repelem os modernos, cultuadores da eterna beleza e juventude.
A única arma que os idosos tem para continuarem o dialogo da vida é saberem o que falar e fazer para voltar a contribuir para o bem comum com a sua inteligência. Crescer e se re-inventar a cada dia. Precisam participar e interagir com as novas tecnologias para saberem ouvir e serem ouvidos.

É urgente que a sociedade mude a percepção que tem do envelhecimento.
Uma forma é diminuir o aumento da entropia inevitável com o passar dos anos e trabalhar para manter os neuronios cada dia mais ativos. Exercícios físicos, cantar, pintar, viajar, escrever, ler, tecer e esculpir aumentam a atividade dos neuronios. Participar das novas mídias e de redes sociais com interesses comuns aumenta muito mais a atividade dos neurônios. Lá se pode buscar o que esqueceu, e se re-inventar a partir de produções compartilhadas e de uma nova interpretação da realidade. Assim, contribuir para a melhoria do meio ambiente, da sustentabilidade e da qualidade de vida da cidade.

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